terça-feira, 26 de junho de 2012

INSS pode conceder benefício antes de terminar análise dos documentos

O Ministério da Previdência estuda a possibilidade de conceder benefícios antes mesmo de o INSS terminar a análise da documentação do segurado.

A medida é parte das propostas de uma nova regulamentação para a concessão de benefícios, cujo objetivo é tentar reduzir o número de ações judiciais contra o INSS.

Por exemplo: um trabalhador sofre acidente e pede aposentadoria por invalidez. Se o posto negar o pedido ou demorar para analisá-lo, ele pode procurar a Justiça, que costuma dar liminar em casos urgentes concedendo o benefício até o julgamento da ação.

Segundo o presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social, Manuel Dantas, a ideia é fazer o mesmo no âmbito previdenciário.

Ou seja, se o caso for urgente, o segurado recebe o benefício enquanto é feita a análise dos documentos.

Em abril, por exemplo, havia 477.021 pedidos sem resposta nas agências do INSS - a maior parte (427.130) por pendências do instituto. Dantas reconhece que falta conhecimento ao servidor que analisa a concessão. Em caso de dúvida, o servidor opta por indeferir o pedido.

Nesses casos, o segurado pode recorrer da negativa internamente, na Junta de Recursos da Previdência Social, mas não o faz, segundo Dantas, porque tem a impressão de que [a junta] tenderia a manter a decisão do INSS.

O grupo que estuda as mudanças - formado por membros do ministério, da Advocacia-Geral da União e de faculdades - prevê dar mais independência às juntas, o que pode beneficiar o segurado.

Quando o segurado ganha na junta de recursos, o INSS ainda pode recorrer administrativamente. Mas o grupo quer que o órgão só o faça se tiver concedido o benefício antes, evitando que o segurado tenha de ir à Justiça.

As propostas deverão ser apresentadas ao ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, em 90 dias.

Fonte: Folha de São Paulo

Um comentário:

  1. Em primeiro lugar, seria um conduta louvável do INSS, porém, acredito, muito difícil de ocorrer na prática.
    Em segundo lugar, é inacreditável que a própria Previdência, digo, o Presidente do Conselho de Recursos, reconheça que falta conhecimento aos servidores (analistas) na análise da concessão dos benefícios. E tem mais, que, em caso de "dúvida", o benefício é indeferido.
    Ainda assim, ficam alardeando que pretendem reduzir o número de processos judiciais...

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